Crítica sobre a obra "O Beijo" De Pablo Picasso

O beijo em si exprime paixão, ternura, calor, a forma de demonstrar amor e se sentir amado. Picasso converte todo esse sentimento sadio e primordialmente sólido em algo sem emotividade, representa um ato de carinho nos traços da melancolia, cores frias e sem afeto algum. Transforma a razão de um beijo na irracionalidade do ato, como se não houvesse o prazer consequente. O olhar tão longe quanto seus pensamentos e a frieza de desejo são perceptíveis. Nessa obra observo a facilidade do artista na transformação da intensidade e a beleza do beijo, na estagnação ou até mesmo extinção de sentimento, onde se reflete a fase depressiva como o apoio anestésico de Pablo Picasso.
A obra compõe dor, sofrimento, tristeza, angústia e toda a falta de afeto do artista. Ele exprimia toda depressão que vivei na fase azul nessa e em muitas outras obras. Com a perda de seu melhor amigo, Casagemas, que se matou por não ter sido correspondido pela amada, Picasso que não tinha mais ninguém por perto, para compartilhar ideias, idealismos e emoções partiu então para essa fase melancólica. Criou uma obra em homenagem ao amigo, onde pintou o mesmo nos braços da amada que não o amou, com a finalidade de pelo menos em obra proporcionar a única alegria que foi negada ao seu fiel companheiro.
Picasso é um artista sentimentalista, fiel as emoções, tais muito explícitas nas duas fases de sua vida. Isso o difere de diversas obras de artes, pois suas obras eram criadas através de sentimentos, tinham fundamentos humanistas e esclarecedores sobre o que ele era e o que sentia.