Antropologia e Educação
Vanessa Carla Iost1
RESUMO:
Este artigo aborda a interdisciplinaridade entre os campos da antropologia e da educação, considerando que a antropologia e a educação constituem hoje um campo de confrontação em que a compartimentação do saber atribui à antropologia a condição de ciência e à educação a condição de pratica. Se há muitas coisas que separam antropólogos e educadores, também há muitas outras coisas que os unem. Neste artigo, busca se ressaltar o que há em comum e de diferente em ambas as áreas com base na existência de uma dialogo do passado que possibilite um dialogo futuro.
Palavras-chave: Antropologia, educação, cultura, culturalismo, relativismo.
INTRODUÇÃO:
No diálogo entre antropologia e educação a questão parece ser a mesma: a aventura de se colocar no lugar do outro, de ver como o outro vê, de compreender um conhecimento que não é o nosso.
Por sua vez, a antropologia e os antropólogos se vêm em grandes dificuldades quando são chamados a tratar dessa realidade cujo nome é educação, seja por não conhecerem ou ainda por desligitimarem um percurso do passado da antropologia. No entanto, sabe-se que uma ciência não se faz a partir do nada. A ciência como conhecimento é movimento que se constrói, define-se e redefine-se vinculada ao contexto histórico que a origina. Nada mais legítimo do que buscar conhecer os caminhos trilhados pela antropologia.
Antes de mais nada, é necessário que se adentre no pensamento antropológico, em suas bases epistemológicas como ciência e como ciência aplicada. Compreendendo a importância do passado para nosso presente, pois somente nesse percurso parece ser possível vencer uma certa instrumentalização da antropologia pela educação propiciadora de muitos equívocos e onde certamente terá como ganho a superação de estigmas e preconceitos que grassam de ambos os lados dessa fronteira ou desse divisor de águas, a antropologia como ciência, a pedagogia como prática.
Educação,