Antropologia e comunicação
ANTROPOLOGIA E COMUNICAÇÃO: DIÁLOGO POSSÍVEL E NECESSÁRIO*
GILBERTO PINHEIRO JÚNIOR**
eunir em um único livro pesquisadores que buscam esclarecer as relações entre a antropologia e a comunicação, entre mídia e sociedade, não é tarefa fácil, principalmente se levarmos em conta as dificuldades metodológicas em correlacionar os parâmetros científicos que norteiam cada uma dessas áreas. Antropologia e comunicação é uma dessas obras necessárias àqueles que procuram muito mais que uma visão interdisciplinar; é um referencial para se entender, entre outras coisas, como se dá o processo de assimilação cultural pela mídia no Brasil. Trata-se de uma “análise dos meios de comunicação a partir de uma perspectiva antropológica, enfocando desde a publicidade e o consumo, até a indústria editorial, os jornais e os jornalistas, o cinema e a música popular” (p. 7). Na apresentação, as autoras lançam o questionamento sobre a relação temática que se estabelecem entre as duas áreas, resgatando as orientações do que ficou conhecido como “indústria cultural”, tema que tem atraído o interesse de pesquisadores de vários campos do conhecimento. A obra resenhada aqui é um exemplo disso, na medida em que resgata e relaciona o conceito de indústria cultural e comunicação de massa em várias das análises nela contidas. O livro é dividido em três partes e reúne autores que dão conta de várias vertentes sobre os estudos da mídia e da sociedade. A primeira situa os meios de comunicação frente às expressões culturais da sociedade contemporânea, seguida de uma abordagem sobre
* ** Resenha do livro organizado por Isabel Travancas e Patrícia Farias, Antropologia e comunicação (Rio de Janeiro: Garamond, 2003. 228p). Bacharel em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC- CAMPINAS). E-mail: cadojr@ig.com.br
Educ. Soc., Campinas, vol. 24, n. 85, p. 1407-1414, dezembro 2003
Disponível em
1407
Antropologia e comunicação: diálogo