Etnocentrismo
Everardo Rocha, ao escrever sobre o etnocentrismo escreve também sobre a trajetória da Antropologia. Ele não se limita apenas ao termo “etnocentrismo” de maneira autônoma, e sim elabora uma reflexão analisando o pensamento e atitudes etnocêntricas dentro da perspectiva Antropológica. Traçando assim o processo de amadurecimento na Antropologia. Como bem diz o próprio autor - “O Objetivo deste livro sobre o etnocentrismo é o de mostrar como, pouco a pouco, o etnocentrismo foi sendo superado, se não para todos, ao menos dentro da antropologia.” No primeiro capítulo, o autor começa com a definição do pensamento etnocêntrico. Etnocentrismo segundo Everardo é uma visão de mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentido através dos nossos valores, modelos, nossas definições do que é existência. O etnocentrismo trata-se de um reforço de identidade.
Esse julgamento que é feito do outro a partir do “eu”, faz com que existam dificuldades em pensar a diferença, no plano intelectual. E causa estranheza, medo e hostilidade, no plano sentimental.
Uma estória interessante que o autor cita é a do índio e do pastor, onde os dois personagens ao trocarem presentes, dão valores diferentes a eles. O relógio que é dado ao índio perde-se seu valor técnico e ganha apenas valor estético. O mesmo acontece com os presentes dos índios ao missionário. Isso, portanto é um etnocentrismo cordial. E esse cordialismo etnocêntrico, nem sempre foi o que aconteceu. O que predominou em contatos do “eu” com o “outro” foram violências.
O etnocentrismo passa exatamente por um julgamento do valor da cultura do “outro” nos termos da cultura do grupo do “eu”. Por