Etnocentrismo
Ao ler o livro “O que é etnocentrismo”, obra de Everardo P. Guimarães Rocha, o que mais nos impressiona é a contemporaneidade do tema que aborda. Desde as relações mais simples que vivenciamos em nosso dia-a-dia, às grandiosas relações internacionais das quais temos notícias nos telejornais, desde nossas relações mais íntimas às relações que traçam a história da humanidade, o etnocentrismo se mostra latente.
Quem nunca questionou a criação dos filhos dos vizinhos: - Porque meus filhos têm horário para comer, meus filhos têm horários para dormir. Já os filhos do vizinho... Não têm limites! Quem nunca se pegou em conflito num simples relacionamento amoroso, traçando as diferenças do “outro” como abusivas, imperdoáveis, inaceitáveis, frutos de uma forma diferente de viver. E a entrada dos Estados Unidos no Iraque? E a colonização do Brasil pelos portugueses, reduzindo a cultura dos índios a quase nada? Reside justamente nisso o etnocentrismo. Etnocentrismo é fenômeno que mistura tanto elementos intelectuais e racionais quanto elementos emocionais e afetivos. Nos dizeres de Everardo, “no etnocentrismo, estes dois planos do espírito humano – sentimento e pensamento – vão juntos compondo um fenômeno não apenas fortemente arraigado na história das sociedades como também facilmente encontrável no dia-a-dia das nossas vidas”.
A partir do etnocentrismo, o grupo ao qual pertencemos julga aqueles que pertencem a outro grupo sob o prisma de nossos valores, nossa cultura, nossas acepções. Entendemos nosso modo de agir, de pensar, de vestir como a forma correta, enquanto a do outro é estranha, louca, absurda.
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