Antropologia Jurídica
Quando há necessidade de impor regras? Quem decide que é a o lugar e o momento certo para limitar o outro? Não estávamos nós livres? Não somos livres?
“A LIBERDADE É A POSSIBILIDADE DO ISOLAMENTO. SE TE É IMPOSSÍVEL VIVER SÓ, NASCESTE ESCRAVO”. (FERNANDO PESSOA)
A sociedade está acostumada a lucrar, e até submeter-se à obediência, desde que a imposição de uma regra não a afete de forma negativa ou incômoda, afinal o equilíbrio econômico, o fluxo positivo e o bom funcionamento, aparente e muitas vezes ineficaz deve ser mantido mesmo a custo do abandono dos meus princípios e das minhas ideias, afinal, para que pensar quando há uma sociedade que pode mastigar tudo isso por você e te entregar o vômito para ser deliciosamente digerido em frente a novela das 20h?
Impor um regra é ter poder e controle social, é ter a atenção, o temor e a submissão consentida do outro às nossas proposições e teorias, e isso é excitantemente desafiador, logo trata-se tudo de um jogo, de uma guerra fria, nós nos apaixonamos em ser empreendedores morais, porque nós queremos que o outro veja o quão certo estamos, e o quanto nossa visão é vantajosa.
Nós sempre queremos mais, ser o mais puro, o mais refinado, o mais fugaz, o mais elegante, o mais interessante, a sociedade deseja a perfeição, e desde sempre ouvimos que o divino, é perfeito, é excelente, excepcional e buscamos purificação constante, criamos simbologias, que é claro, queremos gritar ao mundo, nossa nova descoberta Sagrada, imaculada, evoluída e surreal.
Porque os ritos e símbolos de purificação nos remetem a passar por algo repugnante e/ou imundo? Se estamos sendo purificados, porque vários processos de “purificação” nos deixam desconfortáveis e inquietos? Será que o verdadeiro mau está no escuro?
Andamos constantemente nessa linha de equilibrista profissional, a sociedade prossegue exibindo as qualidades, ocultando os defeitos e amenizando os efeitos, tudo muito bem