Antropologia - hip hop
Resenha
O artigo é extraído do livro organizado por Gilberto Velho e Karina Kuschinir, e discute a relação entre pesquisador e objeto no mundo urbano contemporâneo. É um exemplo de etnografia no meio urbano em que o pesquisador está sujeito a passar por situações de risco e violência, contribui para a discussão sobre o medo na cidade, principalmente pelo fato da autora relativizar e problematizar as noções de violência, geralmente associadas às camadas populares urbanas. A clássica discussão antropológica sobre proximidade e distanciamento entre pesquisador e grupo pesquisado é um dos temas primordiais que norteia o artigo.
Seu objeto de pesquisa é o movimento social juvenil intitulado hip hop, e a autora utiliza a pesquisa de campo para desenvolver seu trabalho. A pesquisa foi realizada percorrendo o perímetro urbano da cidade do Rio de Janeiro, onde frequentou boates caras da Zona Sul e em morros e também algumas favelas, onde pôde se defrontar com realidades até então desconhecidas pela mesma. Porém, sinaliza que no decorrer da pesquisa fez viagens a São Paulo, onde considera ser o “templo do hip hop brasileiro”, ao passo que facilitou sua compreensão da experiência fluminense, já que vivenciou outra realidade.
Discorre um pouco sobre a história norte-americana do hip hop e nos orienta que o movimento chegou ao Brasil na década de 80, e que está dividido em três práticas artísticas: a dança break, a música rap e a grafitagem (arte de rua), expressões que se apropriam da paisagem urbana como mídia, ou seja, como veículo de divulgação. Observa, a priori, que o hip hop é um movimento que acontece em vários pontos da região metropolitana. Contudo, utilizou-se de três grupos de