Antro
Subjacente a toda essa reflexão, encontra-se a questão do papel dos antropólogos em um domínio que parece tê-los concernido sempre o da cultura e da identidade e que, ao mesmo tempo, por diversas vezes já colocou em evidência (durante as colonizações do século XIX ou depois da Segunda Guerra Mundial) certas falhas de sua intervenção. Hoje em dia, a reflexão deveria se concentrar em definir o lugar a partir do qual pode ser construída essa crítica da identidade cultural, que proponho como horizonte da pesquisa. Esse lugar do antropólogo pode ser definido de duas maneiras: primeiro, é claro, como lugar social negociado na situação de investigação a partir da qual se pode conceber o engajamento crítico do pesquisador, como expus alhures (Agier 1997a; 1997b); em seguida, como lugar intelectual, no sentido de que o antropólogo tem necessidade, hoje em dia, de ferramentas teóricas atualizadas para dar conta da relação contemporânea entre identidade e cultura. Este último ponto constitui o objeto do presente