Antigona
Antígona, tragédia escrita pelo dramaturgo grego Sófocles, mostra como duas opiniões opostas podem ser corretas dependendo do ângulo analisado. Esta obra é uma das sequências de Édipo Rei e mostra o fim trágico dos descendentes amaldiçoados e incestuosos de Édipo e Jocasta.
Após a morte de seus irmãos Etócles e Polinice que lutavam em lados opostos na batalha de Tebas, o então governador Creonte cunhado de Édipo, determina que Étocles tenha um honroso funeral, e que Polinice por ser traidor de sua terra natal, não seja velado nem sepultado. Quem descumprisse tal lei, seria condenado a morte. Antígona mesmo diante de um dilema, religião e moral versus lei e estado, sepulta seu irmão Polinice e é condenada a morte.
Referência ao Direito:
Perante o Estado o autoritarismo inicial de Creonte é válido, uma Lei que qualquer outro governante da época faria, dando aos seus heróis de guerra honrosos velórios e sepultamentos, e aos seus inimigos o esquecimento, assim mostrando a sociedade um exemplo de conduta.
Naturalismo e Positivismo são claramente identificados na obra, legalidade e moralidade são postos frente a frente nos dilemas de Antígona e de Creonte.
Religião e Lei são à base dos dilemas, Antígona na sua vontade moral de enterrar seu irmão e Creonte na obrigação de fazer cumprir a lei e o direito soberano.
Antígona:
“Nem eu supunha que tuas ordens tivessem o poder se superar as leis não-escritas, perenes, dos deuses, visto que és mortal. Pois elas não são de ontem nem de hoje, mas são sempre vivas, nem se sabe quando surgiram. Por isso, não pretendo, por temor às decisões de algum homem, expor-me à sentença divina" (pg. 36).
Creonte:
"Se eu tolerar os desmandos da minha gente, perderei autoridade sobre os demais. [...] O insolente, o transgressor das leis, o que se opõe às autoridades não conte com meu aplauso. A que a cidade conferiu poder, a este importa obedecer, seja nas grandes questões seja nas justas... e até nas injustas. [...] Não