ANT
BACHARELADO EM ARTES VISUAIS, PINTURA, GRAVURA E ESCULTURA
BÁRBARA ARAUJO DOS SANTOS – AT1BAV- RM15100800
As Estátuas Também Morrem
• Direção: Alain Resnais, Chris Marker
• Roteiro: Chris Marker
• Gênero: Documentário
• Origem: França
• Duração: 30 minutos
• Tipo: Curta-metragem
As estátuas também morrem trata do desentendimento entre o homem branco e o homem negro, detendo-se nos equívocos e na violência que a presença dos artefatos africanos nos museus europeus (tanto quanto a sua ausência do Louvre, o mais nobre desses museus) desvenda. o objeto confiscado ao seu contexto sócio histórico de origem torna-se refém de um fim estrito e imprevisto: a contemplação estética. “Nós olhamos a arte negra como se ela encontrasse a sua justificação no prazer que nos proporciona” ouve-se no filme. Na encruzilhada da religião, do belo e da utilidade, a arte negra escaparia, ainda assim, à nova institucionalização porque o museu não permite compreender “as intenções do negro que o criou, as emoções do negro que o observou”, como diz o texto do filme na voz grave de Jean Négroni, concluindo que “tomamos por estátuas o que é o rosto de uma cultura”. Em As estátuas também morrem, o ânimo da cultura africana é o rosto da morte do imperialismo europeu: donde, as imagens das estátuas neoclássicas, corroídas pela chuva e pelos ventos, no início do filme. Mas também da morte e de como o labor das formas inteligentes lhe faz frente. “O povo das estátuas é mortal” e, um dia, também elas se decompõem. Retenhamos o lamento cravado no coração da Europa do século XX e que este filme nos repete: “Um objeto está morto quando o olhar vivo que pousava sobre ele, desapareceu. E quando nós desaparecermos, os nossos objetos irão para onde nós enviamos os dos negros: para o museu. ” A África perdeu seus direitos, perdeu seu povo, perdeu suas línguas, perdeu suas riquezas, perdeu sua arte. Uma crítica ao imperialismo, uma exposição do