ANPUH
A pesquisa histórica e a elaboração de roteiros cinematográficos1
Vitória Azevedo da Fonseca2 - PPG-UFF
Dentro da crescente presença e demanda pelo filme histórico como fonte de informações históricas, acredito que um estudo mais aprofundado de como os dados históricos da pesquisa se transformam em imagens, torna-se cada vez mais importante para a compreensão dessa nova forma difusão de conhecimento histórico.
Apesar da importância deste primeiro passo na concepção de um filme histórico, o papel da pesquisa e do pesquisador, não é muito valorizado, nem nos estudos sobre o assunto e muito menos nas produções cinematográficas, sendo, muitas vezes, ignorados.
A análise desse processo de pesquisa parece ser ignorado, inclusive, por muitos historiadores, como critica Carlo Ginzgurg: “A postura, hoje difundida, em relação às narrativas historiográficas me parece simplista porque examina, normalmente, só o produto final sem levar em conta as pesquisas (arquivísticas, filológicas, estastísticas etc.) que o tornaram possível”3.
Muitos historiadores que voltam-se para o estudo das narrativas históricas e, crítica voltada principalmente para Hayden White, que igualam as narrativas históricas e literárias, não preocupam-se com o método do historiador e suas pesquisas. Ginzburg sugere:
“Deveríamos, pelo contrário, deslocar a atenção do produto literário final para as fases preparatórias, para investigar a interação recíproca, no interior do processo de pesquisa, dos dados empíricos com os vínculos narrativos.”4
Estendo esta proposta de Ginzburg, de voltar-se para a análise do processo de pesquisa, aos filmes históricos, cujo papel da mesma é preocupante. Quem assume a realização das pesquisas acaba sendo o roteirista e/ou diretor e contrata-se um "consultor histórico" para maiores esclarecimentos5.
Por outro lado, a "pesquisa histórica" é a chancela na qual alguns cineastas se apegam quando são criticados pela