Anfisbênias
Esses animais, apesar de ao longo de muitos anos e até hoje, confundidos com serpentes ou lagartos, ocupam uma categoria distinta deles: a Ordem Amphisbaenia. O corpo das Anfisbênias, popularmente conhecidas como cobras-de-duas-cabeças pela semelhança entre as duas extremidades é, em geral, semelhante ao das serpentes, com exceção de algumas espécies que apresentam membros anteriores bem desenvolvidos. Seu crânio é altamente desenvolvido para escavação, pois têm hábitos fossoriais. As espécies que cavam seus túneis mais superficialmente possuem o crânio não tão especializado quanto o das espécies que cavam túneis em grandes profundidades. Além do crânio, outras características facilitam seu hábito de vida, como a pele que é praticamente solta do corpo, proporcionando o movimento de fácil deslizamento para frente e para trás, o pulmão, que é dividido em dois compartimentos: um responsável pelas trocas gasosas e outro com função de reserva de O2. As cobras de duas cabeças alimentam-se de insetos, vermes e pequenos vertebrados e possuem mandíbulas e dentes bastante fortes. Por conta da baixa visão, localizam as presas por meio do olfato e de vibrações no solo. O mecanismo de defesa das Anfisbênias varia de acordo com a espécie. As espécies de cauda longa podem auto-amputar parte de sua cauda (autotomia), o que faz com que o predador se distraia enquanto ela foge. O mecanismo de autotomia só pode ser utilizado uma vez, tendo em vista que o corpo desses animais não tem capacidade de regeneração. Já as espécies de cauda curta, não realizam autotomia. Algumas espécies, como a Anphisbaenia alba, levantam a cabeça e a cauda, em posição de ataque. Assim como as minhocas, as cobras de duas cabeças desempenham importante função no que diz respeito à escavação do solo, tornando-o mais fértil por permitir, com seus túneis, a entrada de água e ar. Por possuírem hábitos fossoriais, é difícil o estudo dessa Ordem. São conhecidas atualmente 160 espécies,