Anestesia
Condições sistêmicas do paciente
Pacientes com alterações cardiovasculares
Tais pacientes podem ser submetidos ao tratamento odontológico, desde que estejam controlados, e podem até mesmo receber vasoconstritores. Como conduta segura devemos utilizar, no máximo, 2 tubetes por sessão com epinefrina 1:100.0 (uma boa opção é a mepivacaína, por causar menor vasodilatação, ou a prilocaína, por não causar alterações de pressão) [3].
Os anestésicos locais sem vasoconstritor, além de apresentarem maior poder de toxicidade, produzem uma anestesia pulpar de curta duração, o que impossibilita o controle profundo e adequado da dor na grande maioria dos procedimentos odontológicos, requerendo suplementação anestésica durante o procedimento e provocando estresse no paciente. Quando o paciente sente dor (situação estressante), a liberação de catecolaminas endógenas (adrenalina e noradrenalina) chega a ser 40 vezes maior do que numa situação não estressante, o que é muito superior à concentração de vasoconstritor utilizada por nós, cirurgiões-dentistas [2, 3, 13, 16, 17]. É importante a colocação de Bennett [4], quando afirma que, quanto maior for o risco clínico de um paciente, mais importante se torna o controle eficaz da dor e da ansiedade.
Hipertensão arterial
Pode ser definida como uma pressão arterial acima de 140/90 mmHg. O hipertenso que já se encontra em tratamento médico pode ser considerado compensado, quando mantém a pressão diastólica até o nível de 100 mmHg. Nesses pacientes, o uso de vasoconstritores incorporados às soluções anestésicas locais não é contra-indicado, podendo ser empregada a adrenalina 1:10.0, em doses pequenas; o ideal é não ultrapassar o limite de 2 tubetes por sessão. Outra opção é o uso do vasoconstritor felipressina 0,03UI/ml, associado à prilocaína 3%, por não produzir efeitos no sistema cardiovascular [6, 13, 14]. Em pacientes com alterações significativas de pressão, em atendimento de urgência,