Andy Warhol no ES A exposição das obras de Andy Warhol no Museu de Artes do Espírito Santo é louvável em vários sentidos, e em especial por integrar ainda mais nossa região no cenário internacional das artes plásticas. Com peças de qualidade, nos dá um panorama daquilo a que o artista se dedicou durante boa parte de sua vida. Ao chegarmos ao prédio, nos deparamos com o “Papel de parede de vaca”, que expressa com propriedade traços inconfundíveis do artista: repetição, cores chapadas, impressão em serigrafia. Mais adiante, a curadoria prima em reunir filmes feitos por Warhol em salas a estes reservadas, fazendo com que experimentemos sua sensibilidade traduzida nas imagens de pessoas singulares daquela época. As “Flores” e “Sapatos” dispostos em outro cômodo representam outra característica marcante do artista – sua ligação com a moda, o estético, o belo. Ao dali sairmos, deparamos com as “Cápsulas do tempo”, onde o mesmo registrava e documentava o mundo à sua volta através de fotos, recortes de jornal, objetos. Referindo-se à seção em que Warhol usa a Polaroid para se retratar, é muito satisfatório para nós, expectadores, percebermos que, uma de suas auto-imagens mais icônicas: “Auto-retrato com peruca arrepiada” se encontra ao nosso acesso, ladeado pelo texto de Jéssica Gogan que ajuda a situar nossa percepção das obras no espaço e no tempo. A relação do artista com as diferentes mídias em seus últimos trabalhos é personificada pelas imagens extraídas dos programas de TV que apresentou – “Fashion” e “Andy Warhol’s Fifteen Minutes”, que mostram uma de suas facetas mais características – a de refletir e traduzir o seu tempo. É fato que as obras que mais nos remetem a Warhol não se encontram na exposição, que são as dos produtos de supermercado representados pelas sopas Campbell e os da mídia representados pela Marilyn. Tais imagens emblemáticas realmente