Andersen
6.1.1. Caracterização da empresa
6.1.1.1 Enquadramento histórico
Andersen
era, à altura do estudo, a marca mais recentemente adoptada pela
companhia multinacional Arthur Andersen, que operava em Portugal desde 1969. O Business
Consulting era relativamente recente, mas constituía já uma unidade de negócio própria, com um crescimento acima da média na empresa. Ocupava o lugar deixado em aberto pela autonomização da anterior unidade de consultoria em sistemas, que entretanto se tornou a
Accenture, também incluída neste estudo.
No período em que decorreu a investigação, um recente escândalo de fraude financeira associado à falência de uma grande empresa nos Estados Unidos implicava a Andersen, abalando-a de forma irreversível. A rede internacional dissolveu-se, a marca foi abandonada, e os escritórios espalhados pelo mundo tiveram destinos variados. Alguns prosseguiram autonomamente com uma nova (ou já existente) designação local, mas a maioria negociava, à altura do estudo, a sua anexação a uma das grandes companhias concorrentes. Em Portugal, como em alguns outros países, a empresa foi integrada na multinacional Deloitte & Touche, a única companhia das estudadas que continuava a defender a combinação da actividade de
Auditoria com a de Consultoria.
Este acontecimento marcou todo o sector da consultoria de gestão, tornando-se maioritária a preferência pela separação das práticas de Consultoria das de Auditoria. Tal foi a opção seguida pelas demais empresas aqui estudadas, chegando algumas a vender o negócio de Consultoria a terceiros.
Desta forma, no momento do estudo, a agora ex-Andersen vivia um período particularmente conturbado. A perplexidade em relação aos acontecimentos que abalavam a companhia mal tinha sido ultrapassada, e a incerteza quanto ao futuro era dominante. No entanto, a empresa continuava a operar, e em termos práticos, não parecia ter havido grandes efeitos no mercado. Pelo menos, eram notórios,