Anatomia
RESUMO
Objetivo: Analisar as variações anatômicas da extremidade proximal do fêmur que pudessem desenvolver o impacto femoroacetabular. Métodos: Foram utilizados 199 espécimes anatômicos de fêmures esqueleticamente maduros. Os fêmures foram medidos para determinar o ângulo da anteversão do colo femoral, ângulo cervicodiafisário, esfericidade da cabeça femoral em ântero-posterior e súpero-inferior, ângulo entre a epífise e o colo femoral anterior, ângulo entre a epífise e o colo em perfil, distância em ântero-posterior a 5mm da junção cabeça e colo e distância em ântero-posterior da base do colo. Resultados: Observou-se que o subgrupo com impacto apresentou diâmetro da junção a 5mm (p = 0,0001) e cam-cabeça (%) (p = 0,0001) significativamente maiores e base-cam (%) (p = 0,0001) significativamente menor que o subgrupo sem impacto. Identificou-se que cam-cabeça (%) ≥ 80 e base-cam (%) ≤ 73 foram os pontos ótimos para o impacto. Conclusão: O estudo mostrou que o efeito cam, causado por variações anatômicas da extremidade proximal do fêmur, se concentrou na junção cabeça-colo e base do colo-junção cabeça-colo. Esses índices podem ser fatores preditivos do impacto.
Descritores – Osteoartrites do quadril; Articulação do quadril/ patologia; Femur
INTRODUÇÃO
A osteoartrose primária do quadril, também conhecida como idiopática, pode ser secundária a causas mecânicas. O impacto femoroacetabular é a causa mais comum nos estágios finais da osteoartrose, tanto nos quadris no gênero masculino como no feminino(1,2). Nos quadris com ausência de displasia, a causa da coxartrose tem sido sugerida ser um microtrauma repetitivo da região cabeça-colo do fêmur contra a borda acetabular. Isso levaria ao efeito cam, na qual a região entre a cabeça-colo femoral aumentada choca com a borda do acetábulo. Vários autores têm citado relação entre a coxartrose e desvio da cabeça