Analise
EXPERIMENTAÇÃO COM SERES HUMANOS: ASPECTOS
William Saad Hossne Sonia Vieira
O desenvolvimento da ciência em seus diferentes ramos deu-se a partir das ciências experimentais; aceita-se como marco referencial do nascimento da experimentação científica o século XVI, com Galileu. Galileu tem importância histórica não só pelas suas descobertas e invenções mas, principalmente, pela postura por ele assumida na procura da verdade: a verdade não deveria ser aceita simplesmente porque os escolásticos ou a Igreja afirmavam ser verdade; a verdade deveria ser buscada por meio da experimentação e da observação. Nasce assim a ciência experimental, a partir da qual, durante dois a três séculos, desenvolve-se e consolida-se a Revolução Científica. A partir do século XVII, a cada 10-15 anos, vem duplicando o número de cientistas; assim, nos dias de hoje, o número de cientistas vivos e atuantes é maior do que o número de cientistas que o mundo já teve e já morreram e, daqui, a 10-15 anos, o número de pessoas dedicadas à ciência será o dobro do número atual. Ora, este contingente de cientistas, nos vários campos da ciência, dia-a-dia nos traz novos conhecimentos e novas descobertas, os quais inevitavelmente acabarão, de uma ou outra maneira, atingindo o homem para o bem ou para o mal. Somente neste século já tivemos duas grandes Revoluções: a Revolução Atômica (radioisótopos, medicina nuclear, bomba atômica) e a Revolução Molecular, em andamento (geneterapia, manipulação genética etc.) Sem dúvida, uma das grandes vias de incorporação dos novos conhecimentos científicos na vida do ser humano será a via biomédica. E toda nova aplicação do conhecimento ao ser humano, em sua fase inicial, será de natureza experimental. Na realidade, quando se fala em experimentação com seres humanos pensa-se quase que exclusivamente na experimentação no campo da Medicina. Esta vinculação é compreensível, pois a experimentação na área médica é mais visível e de efeitos mais patentes, em