analise
3.1 Os PCNs e a variação linguística
A variação que uma língua apresenta de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada são denominadas de variedades linguísticas. De modo geral, é formada por dois grandes grupos: a norma culta, que é a língua-padrão e tem maior prestígio social; e a norma popular, ou língua não-padrão considerada de menor prestígio e também rotulada como inferior e “errada”. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998, p. 29) compreende a variação enquanto elemento constitutivo “das línguas humanas, ocorrendo em todos os níveis. Ela sempre existiu e sempre existirá, independentemente de qualquer ação normativa”.
Dentro dessa perspectiva de que não existem variedades fixas, uma vez que em um mesmo espaço convivem diversos segmentos sociais e culturais, é preciso pensar no ensino da língua portuguesa, pois: [...] quando se fala em “Língua Portuguesa” está se falando de uma unidade que se constitui de muitas variedades. Embora no Brasil haja relativa unidade lingüística e apenas uma língua nacional, notam-se diferenças de pronúncia, de emprego de palavras, de morfologia e de construções sintáticas, as quais não somente identificam os falantes de comunidades lingüísticas em diferentes regiões, como ainda se multiplicam em uma mesma comunidade de fala (PCN, 1998, p. 29). Então, que fala e que escrita cabe à escola ensinar? O estudo da Sociolinguística, do ponto de vista da prática pedagógica, objetiva investigar a relação entre os fenômenos linguísticos e sociais que colabore para o ensino da língua portuguesa, descrevendo as diferentes variantes que podem ocorrer em uma comunidade linguística, sem que essas variantes sejam rotuladas como melhores ou piores. Portanto, cabe à escola através de um trabalho pedagógico sistemático possibilitar ao aluno o uso da linguagem oral e escrita nas mais diversas situações