Analise P Lida Luz
Pálida, à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!
Era a virgem do mar, na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!
Era mais bela! O seio palpitando...
Negros olhos as pálpebras abrindo...
Formas nuas no leito resvalando...
Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti – as noites eu velei chorando,
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!
Estrato gráfico
“O primeiro contato que temos com um poema escrito é a visão de sua configuração gráfica: apresenta-se com uma feição plástica, um todo orgânico, composto de uma cabeça e vários membros” (D’ONOFRIO, 2005, P. 07).
Ao ler o poema (Soneto) “Pálida à luz da lâmpada sombria”, já entramos em contato com um poema sem título. O título nos faz referência aos demais membros do poema. E quando esse poema não tem título? Muitos estudiosos partem para o primeiro verso. O tem como título.
Quanto à divisão estrófica percebe-se que o poema é constituído de quatro estrofes, dois quartetos e dois tercetos, portanto um soneto (forma fixa de poema). Quanto à pontuação percebe-se muito o uso de exclamações que podem denotar surpresa, felicidade, indignação, admiração, susto, etc.
Estrato fônico
“Um verso é constituído de palavras, que sedividem em sílabas ou pés. A metrificação ou escansão é a técnica de contagem dessespés para verificar a composição e a medida do verso.”(D’ONOFRIO, 2005, P.09)
A estrutura fônica do soneto apresentado é regular com rimas do tipo intercaladas (ABBA) nas duas primeiras estrofes e alternadas (ABAB) nas duas últimas. Há também uma métrica de dez sílabas poéticas em todos os versos. Percebe-se também que as rimas apresentadas são todas graves (acontecem em palavras paroxítonas).
Estrato lexical
“As palavras são, para o poeta, ao