Analise- O cortiço
O livro “O Cortiço” seguiu o naturalismo, gênero da literatura muito usado na época pela Europa. O romance formado por 23 capítulos conta a vida de pessoas de baixa condição social moradores de um cortiço na cidade do Rio de Janeiro. O objetivo de Aluísio era fazer uma crítica profunda do modo como a realidade pode ser influenciada pelo meio e assim caracterizar e por fim destruir o homem. Focando mais nos dramas pessoas e deixando os traços psicológicos de lado, mostrando os desejos sexuais e os instintos de sobrevivência.
Como pode ser observado em João Romão que faz de tudo para ter uma vida digna, Jerônimo por se deixar entregar por Rita Baiana e deixar de ser um homem trabalhador e fiel e Miranda por continuar com sua mulher, que o trai a todo momento, só por interesse financeiro e de status social.
A narração é feita em terceira pessoa, com uma grande distancia entre o narrador e a história, mas de uma forma que possibilita o autor mostrar os pensamentos dos personagens e mostra nitidamente como os homens são condenados a viverem como animais selvagens: “O prazer animal de existir...” O cenário é todo composto por atos promíscuos, podres e sujos evidenciando a pobreza do proletariado e mostrando a triste realidade: “Multiplicar-se como larvas no esterco”.
Fica de fácil entendimento que na obra o sexo é super valorizado deixando de lado os sentimentos, o que rapidamente nos leva ao adultério, prostituição e homossexualidade. A ambição e inveja também são totalmente nítidos na disputa entre João Romão e Miranda.
Pode-se perceber também a facilidade que o autor encontra em descrever os cenários já que antes de escrever era pintor, assim usa sua habilidade para nos passar a sensação de estarmos assistindo a um filme ou apenas dar asas a nossa imaginação.