Análise O Cortiço
O Cortiço
Representa o meio degradante para as pessoas se engajarem a mudá-lo, lugar onde podemos observar muita pobreza, precariedade dos centros urbanos e exclusão social por divisão de classes, que notamos, por exemplo, ao observar que o Cortiço, lugar de gente pobre vivendo em condições precárias, fica ao lado do sobrado do burguês Miranda.
Por meio de linguagem simples e da análise da realidade, o autor desenvolve muitos tipos de patologia social, que poderemos observar desmembrando algumas histórias de personagens, e por conta disso entra o determinismo, em que mesmo os personagens bons se contaminam por viverem naquele meio degradante.
João Romão e Bertoleza
No começo da história há o envolvimento de João Romão com a escrava, e já podemos notar o racismo que é presente em toda a história:
"Como toda cafuza, Bertoleza não queria sujeitar-se a negros e procurava instintivamente o homem numa raça superior à sua." (Capítulo 1)
João Romão leva a negra para morar consigo, aproveitando do dinheiro e trabalho dela, enganando-a ao chegar-lhe com uma "carta de alforria" que ele finge ter comprado do dono dela mas na verdade ele rouba a escrava:
"Entretanto, a tal carta de liberdade era obra do próprio João Romão, e nem mesmo o selo, que ele entendeu de pespegar-lhe em cima, para dar à burla maior formalidade, representava despesa, porque o esperto aproveitara uma estampilha já servida. O senhor de Bertoleza não teve sequer conhecimento do fato; o que lhe constou, sim, foi que a sua escrava lhe havia fugido." (Capítulo 1)
O homem então constrói um Cortiço e consegue grande sucesso com sua venda, sempre com a ajuda da negra que trabalha arduamente, e acaba por enriquecer, porém sempre vivendo de modo simples, sem gastar um tostão.
João Romão fica com inveja de seu vizinho Miranda pelo título de Barão (que ele compra por também ter inveja do sucesso nos negócios de seu vizinho João Romão) e decide refinar-se e viver uma vida de luxo. Neste processo,