analise sociológica dos pitty boys
A noção de anormal será encontrada no estudo da psiquiatria. Para ele, o traço que caracteriza o poder psiquiátrico é o fato de o mesmo constituir-se em um “intensificador da realidade” em relação à loucura e funcionar como um suplemento de poder dado à realidade. O poder psiquiátrico, antes de ser uma cura, seria uma certa maneira de administrar, um regime, uma tentativa de subjugar. Segundo FOUCAULT, a melhor palavra para definí-lo seria “direção”.
O poder psiquiátrico é um poder que realiza um assujeitamento dos indivíduos, tendo como instrumentos principais uma vontade e um saber (a vontade e o saber do médico), reconhecido como superiores à vontade e ao saber daqueles a que se deve sujeitar e um mecanismo de poder disciplinar instaurado no interior do asilo.
Uma vez no interior do espaço asilar, estas diferentes figuras estão situadas e submetidas ao mesmo poder, o poder psiquiátrico. Em vez de ser apenas um conjunto de procedimentos e atuação sobre a loucura, o poder psiquiátrico será algo muito mais geral e perigoso, será um poder sobre o anormal, um poder de definir e controlar aquilo que seria anormal.
O desenvolvimento seria um processo que atuaria sobre a vida psicológica e orgânica de todos os indivíduos e que , segundo um critério temporal, poderia servir de norma em relação a qual todos poderiam se situar. Desse modo, o desenvolvimento permite que se estabeleça duas normatividades, uma focalizando o termo final ideal do processo e a outra o próprio desenrolar do processo.
A partir dessa dupla normatividade, é possível identificar diversos estados em relação aos quais se pode situar um indivíduo sem que este seja considerado alguém fora do âmbito descrito pelas duas normatividades. Assim, pode-se especificar, em relação à infância, um certo número de estados que não seriam