analise republica guarani
O documentário República Guarani – dirigido e produzido por Sylvio Back, roteiros e pesquisa assinados por Deonísio da Silva, lançado em 1978 e relançado em 1982 – é um registro do desenvolvimento de um projeto sócio-político, religioso e arquitetônico compreendido entre 1610 e 1767, em uma área banhada pelos rios Paraná, Uruguai e Paraguai e dominada por guaranis.
Análise
Os nativos da América alimentavam a crença de, nos primórdios, terem sido colonizados por “Heróis”, que lhes transmitiram toda sua cultura, e que, por ocasião de uma ofensa, foram embora. Acreditavam também que eles retornariam, e os conduziriam para a “Terra Sem Mal”. Quando os colonizadores espanhóis e portugueses, por volta de 1500, chegaram à América, foram bem recepcionados pelos indígenas, que os viram como “Novos Heróis Colonizadores”, e assim submeteram-se a eles. Com o passar do tempo, tiveram a percepção de que eram conquistadores, e vieram as primeiras inquietações. Os guaranis tinham uma relação ampla de parentesco, que não se limitava aos laços de sangue, mas se estabelecia a partir do convívio e da troca de favores. Os europeus, ao dominarem o índio, exploraram sua força de trabalho, escravizando-o e inserindo-o em um contexto econômico. Por outro lado, a Companhia de Jesus, os chamados jesuítas, enviados pela Igreja Católica às Américas a fim de catequizar os nativos, dava aos guaranis outro destino. Os cristãos viam as crenças indígenas como algo criado e ensinado pelo diabo, e, para eles, só a catequização poderia exorcizar os guaranis. Evangelizando-os, fizeram com que seus costumes desaparecessem. Os bandeirantes, porém, enviados a essas terras para explorar suas riquezas minerais, viam os guaranis como possibilidade de comércio. Travaram, assim, conflitos com os jesuítas, para capturar os indígenas e trocá-los por pano, fumo e cachaça. Os guaranis capturados eram mandados para