analise poesia fernando pessoa
Para compreender o poema, precisamos analisar alguns fatos contextuais. O autor, Fernando Pessoa, é um poeta português, que após anos vivendo fora de sua pátria mãe, entre 1905 e 1935, ano de sua morte, morou em Portugal. Ele assistiu aos acontecimentos e consequências da Primeira Guerra Mundial, que ocorreu entre 1914 e 1918, concentrada na Europa e onde mais de nove milhões de combatentes foram mortos. A guerra trouxe a Portugal instabilidade política e mais de dez mil mortos; colaborando ainda para a queda do regime democrático português e instauração da Ditadura Militar em 1926, ano da autoria desse poema.
Após essa inferência histórica, podemos ver o poema e suas constituintes sob o olhar de Pessoa.
O poema começa com uma hipálage, figura de linguagem na qual um termo é trocado por outro. No caso de: “O menino de sua mãe” este expediente retórico ocorre quando o autor utiliza no primeiro verso a expressão “no plaino abandonado”, mas não era o plaino que estava abandonado e sim o corpo do soldado.
Traz também uma descrição minuciosa do local onde se passa a história do poema e do personagem título.
O corpo do soldado está abandonado e segue esfriando porque ele não tem mais utilidade. Cumpriu o papel que lhe foi designado, lutou pela causa que sua pátria o impôs e agora é parte descartável no estratagema de guerra.
Seu sangue escorre por sua farda, como última oferta a causa que lhe tirou tudo. Foi tolhido da vida ainda em sua juventude, com sua pele alva e seus cabelos louros.
O soldado era tão jovem, não possuía um trato distintivo, poderia ser qualquer um e era qualquer um que abandonou seus sonhos para cumprir seu dever. O seu verdadeiro valor era dado apenas por sua mãe, que no seu filho unigênito tinha sua riqueza maior e que era a única que se importava com ele. Por isso ganha a alcunha de “menino de sua mãe”.
Ao não revelar a identidade do menino e da mãe o autor retrata os milhares de jovens que na