analise Ode Triunfal

796 palavras 4 páginas
«Ode Triunfal» (Análise - 1.ª parte) A "Ode Triunfal" é o poema que marca o surgimento do heterónimo Álvaro de Campos. Supostamente, foi elaborado em Londres, no ano de 1914, «num jacto e à máquina de escrever, sem interrupções nem emenda», de acordo com o próprio Fernando Pessoa, na carta dirigida a Adolfo Casais Monteiro sobre a génese dos heterónimos. Seja como for, a ode chegou junto do público através do primeiro número do órgão do Primeiro Modernismo, a revista «Orpheu», em 1915. A composição, constituída por 240 versos, inclui-se na segunda fase poética de Álvaro de Campos, a fase do futurismo e do sensacionismo, em que deparamos com um Campos entusiasta do (seu) tempo de modernidade, de técnica, de progresso, de velocidade, de movimento, na esteira de Marinetti e de Walt Whitman, de quem era discípulo confesso.

O título é bastante sugestivo do conteúdo e significado da ode. Assim, o nome/substantivo «ode», de origem grega, remete para o cântico laudatório de uma pessoa, instituição, ou acontecimento. No caso deste poema, significará um canto de exaltação da civilização moderna industrial. Por sua vez, o adjectivo «triunfal» vem hiperbolizar o significado do nome («ode»), conferindo ao texto uma sugestão de força e exagero. No conjunto, o título traduz uma sensação de triunfo e de monumentalidade, visto que sugere algo de grandioso, quer a nível do conteúdo, quer da forma, o que está em conformidade com o tema da composição poética: o canto de exaltação da modernidade, do progresso, da técnica e dos seus excessos.

Relativamente à estrutura interna, uma possibilidade consiste em dividir o poema em três partes / momentos:

» Introdução (1.ª estrofe):
Localização do sujeito poético: engenheiro situado no interior de uma fábrica;
Actividade a que se dedica: escrita, a partir da contemplação do que o rodeia ("Tenho febre e escrevo" - v. 2;
Estado de espírito do sujeito poético: dor, violência e febre, causadas

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