Analise do Texto Macho, Adulto, Branco
O texto "Macho, adulto e branco", de autoria de Rafael Alcadipani, aborda aspectos sobre o poder nas organizações. Leia-o e em seguida discuta neste fórum os pontos que considera mais relevantes.
A hipocrisia da igualdade
Rafael Alcadipani, em seu texto "Macho, adulto e branco", retrata o perfil das pessoas que ocupam cargos de chefia no Brasil. A presença maciça de homens brancos e heterossexuais em cargos de liderança é resultado de um longo processo histórico de segregação, discriminação e preconceito que atuam indistintamente em relação à etnia, gênero e orientação sexual.
Em um passado não muito distante, o machismo e a discriminação foram formas de convivência social amplamente defendidos e praticados. Cabia aos grupos marginalizados a aceitação da sua situação de exclusão e do desamparo frente às leis e à justiça vigentes.
Atualmente, no entanto, a ampliação das estruturas democráticas do nosso país, garante, pelo menos por meio da legislação existente, formas de inclusão e de punição das práticas discriminatórias. Politicamente, portanto, a discriminação não pode mais existir.
Mas existe uma ampla distância entre as práticas legais (conscientes) e o inconsciente coletivo, caracterizado pelas lentas mudanças das estruturas mentais. Por isso, o preconceito e a discriminação, embora politicamente incorretos, continuam a existir e frases do tipo “lugar de mulher é em casa, esquentando a barriga no fogão e esfriando no tanque”, “negro quando não faz sujeira na entrada, faz na saída”, continuam fortemente verdadeiras para grande parte da população brasileira, indiferente de classe, idade ou gênero.
E assim, por meios os mais diversos, às vezes mais visíveis e outros menos, a população brasileira e as suas instituições continuam perpetuando a diferenciação social sem grandes reflexões sobre o assunto.
Trabalhei em uma escola certa vez em que o número de homens representava somente cerca de 5% dos empregados, mas o diretor era um homem,