Analise do Poema Psicologia de Um Vencido (Augusto dos Anjos)
Analise de poemas simbolistas:
Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme - este operário das ruínas-
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra.
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialidade inorgância da terra!
Análise do poema
A composição é um soneto (composição poética com dois quartetos e dois tercetos).
Métrica: São versos decassílabos, Eu / fi /lho /do /car/bo/no e/ do a/mo/nía/co.
Esquema rímico: abba abba ccd eed abba - rimas opostas.
Temos presença de rimas ricas (rimas entre palavras de classes gramaticais diferentes) em rutilância/infância e um rima rara em roê-los/cabelos.
TEMAS DO POEMA: Pessimismo, desagregação, putrefação da matéria, auto-depreciação, morte, fim. Notar também a presença do vocabulário científico: Carbono, Amoníaco.
Comentários gerais, verso a verso:
Psicologia de um vencido.
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Comentários: O poema começa introduzindo seu primeiro personagem, o EU, as duas primeiras estrofes serão um desdobramento deste personagem. Prestem atenção para a igualdade Eu = filho do carbono = Monstro de escuridão e rutilância.Em primeiro lugar, notem a palavra carbono, o carbono é um elemento químico, que forma vários compostos importantes, dentre eles os mais importantes são os compostos orgânicos presentes em todos os vegetais e animais, ou seja o carbono é uma das bases da vida, o eu-lírico ao se declarar filho do carbono esta o fazendo no sentido de informar que ele é filho da matéria no seu sentido mais simples. Nesta primeira estrofe já percebemos uma característica marcante na poesia de