Analise do poema de Álvaro de Campos
Estou cansado da inteligência.
Pensar faz mal às emoções.
Uma grande reacção aparece.
Chora-se de repente, e todas as tias mortas fazem chá de novo
Na casa antiga da quinta velha.
Pára, meu coração!
Sossega, minha esperança fictícia!
Quem me dera nunca ter sido senão o menino que fui…
Meu sono bom porque tinha simplesmente sono e não ideias que esquecer!
Meu horizonte de quintal e praia!
Meu fim antes do princípio!
Estou cansado da inteligência.
Se ao menos com ela se apercebesse qualquer coisa!
Mas só percebo um cansaço no fundo, como baixam na taça
Aquelas coisas que o vinho tem e amodorram o vinho.
Nesta oral vamos apresentar o poema Estou cansado da inteligência, de Alvaro de campos, que data de 18 de junho de 1930 e que iremos ler de seguida.
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Quanto á sua estrutura formal, este poema e constituído por 2 estrofes sendo a primeira com 11 versos e a segunda sendo uma quadra, apresenta irregularidade métrica com constante alternância entre versos curtos e longos, conta também com uma linguagem simples e uma pontuação expressiva com predomínio da exclamação.
Quanto a interpretação do poema, concluímos que este pertence a 3 fase, a fase intimista uma vez que existe um reencontro de Campos com o seu criador Fernando Pessoa ortónimo, expresso através dos temas abordados como a dialetice pensar/sentir, nostalgia da infância perdida e o cansaço sentido por o eu poético.
Nos dois primeiro versos deste poema apercebemo-nos da dor e do cansaço que o pensamento provoca no poeta e também a sua interferência negativa nas suas emoções á semelhança do que ocorre com o ortonimo.
Ler 2 primeiros versos
Existe também na 1 estrofe a presença da infância perdida que é simbolizada através da casa antiga da quinta velha onde as tias mortas traziam chá.
O sujeito poético utiliza as formulas verbais “para” e “sossega” no imperativo exigindo que o seu coração e a sua esperança sessem de lhe