analise critica dom casmurro
Dom Casmurro, obra de Machado de Assis que pertence ao Realismo, enfoca a história de seu protagonista, Bento Santiago.
Dom Casmurro é um livro complexo e cada leitura origina uma nova interpretação. Machado de Assis faz no romance um fato inacreditável em sua narrativa: ele cria um narrador que afirma algo (ou seja, diz que foi traído) e o leitor não consegue decidir-se se ele está mentindo ou não.
A obra significa, há muitos anos, mais um exemplo de adultério feminino explorado na literatura realista. No entanto, há quem aponte Bentinho, e não a esposa, Capitu, como o problema central a ser desvendado. Sendo assim, o romance é lido e relido, com novas chaves que cada vez mais comprovam tratar-se de um enigma elaborado pelo autor. Dentre as tais chaves destaca-se a não-confiabilidade do narrador (Bentinho), envolvido por sua personalidade ciumenta, invejosa, cruel e perversa a ponto de destruir aqueles que amam por uma suspeita que o leitor atento percebe ser no mínimo discutível.
Dom Casmurro se passa na cidade do Rio de Janeiro
O narrador é Bento Santiago, transformado já no velho Dom Casmurro. O foco narrativo é, portanto, em primeira pessoa e toda a narrativa é uma lembrança do personagem sobre sua vida, desde os tempos de criança, quando ainda era chamado de Bentinho.
O tempo da narrativa é psicológico, e não cronológico. Esse recurso é chamado impressionismo, porque o narrador se detém nas experiências que marcaram sua subjetividade É por isso que a descrição que o narrador faz de Capitu, como uma pessoa volúvel e sensual, deve ser posta em dúvida pelo leitor. O sentimento de ciúme exacerbado de Bento pode ter desvirtuado a figura da personagem.
A polêmica do romance: Capitu é ou não é adúltera está concentrada no foco narrativo de primeira pessoa, pois Bentinho é o personagem que narra sua própria história.Dúvidas existirão sobre a culpabilidade de Capitolina uma vez que o narrador não é confiável.