Analisando O Morro dos Ventos Uivantes
Seu enredo poderia ter se tornado uma simples estória de amor não correspondido se tivesse sido escrito por autores amadores. Mas a introvertida Emily Brontë o transformou numa fábula épica sobre a influência do sofrimento e da vingança no amor e nas virtudes da moral humana.
Tudo começa numa noite enluarada, em que os ventos ruidosos faziam os galhos das árvores bater furiosamente nas janelas daquela soturna residência localizada no cume de um monte provinciano inglês, rendendo à casa o adequado nome de Morro dos Ventos Uivantes. A família Earnshaw esperava ansiosamente a chegada do patriarca, que viajara a negócios para Liverpool.
Mas a chegada do Sr. Earnshaw trouxera consigo uma surpresa: ele não viera sozinho. Junto com ele estava Heathcliff, um menino que fora encontrado por ele vagando sem rumos pelas ruas. Apiedado, o Sr. Earnshaw o levou para casa e passou a trata-lo como filho, despertando a compaixão de Catherine e o ciúme de Hindley, seus outros rebentos.
Enquanto o Sr. Earnshaw era vivo, Heathcliff era tratado como seu filho legítimo, tal qual os outros dois. Mas após a sua morte, Hindley assumiu o controle da casa e transformou Heathcliff num mero empregado, rebaixando-o até o limite de proibi-lo de freqüentar a igreja e estudar. Ele se tornou, aos poucos, um mendigo intruso em sua própria casa.
Entretanto, a compaixão sentida por Catherine foi se fortalecendo em afeição profunda com o passar dos anos. Quando Hindley estava ausente, ela e Heathcliff estavam constantemente juntos, brincando, conversando, conhecendo as bonitas paisagens das redondezas e conhecendo melhor a si mesmos. Era como se fossem o