Ana terra: símbolo da mulher gaúcha
A obra Ana Terra de Érico Veríssimo, retrata a personalidade forte, de
garra, obstinação e resistência frente a todas as perdas e violências que
Ana Terra sofre. Dessa forma, fazem de Ana um símbolo da mulher gaúcha.
Traços desta personalidade e sua crença na vida serão encontradas nas
mulheres das gerações futuras da família Terra Cambará, principalmente, de
sua neta Bibiana.
O vento faz parte da narrativa como um símbolo muito importante, é uma
espécie de demarcador de acontecimentos, tanto que, já na primeira página,
consta: “Sempre que me acontece alguma coisa importante está ventando.”
(VERÍSSIMO, 1980 p. 1)
Ana Terra é marcada por seu erotismo, ampliado pela solidão e pela
sensação de infelicidade de viver em um mundo perdido que é a fazenda de
seu pai. Diante disso, se entrega a Pedro Missioneiro. O tempo é
determinado pelo ritmo das estações, assim como os dias pelo nascer e pelo
desaparecer do sol. Não há calendários e as referências aos anos são
A garra de Ana, a persistência e a capacidade de resistência, a forma
que sobrevive interiormente à violência do estupro dos bandidos castelhanos
indica não apenas resignação ao destino, mas surpreendente força subjetiva
e crença na vida, conforme pode se observar no trecho: “Ana sentia-se
animada, com vontade de viver. Sabia que por pior que fossem as coisas que
estavam por vir, não podiam ser tão horríveis como as que já tinha sofrido.”
(VERÍSSIMO, 1980 p. 107)
A profissão de parteira que Ana adota como uma metáfora da vida,
enquanto a seu redor guerras e revoluções campeiam com todo um tributo à
destruição e à morte. Decorre daí, também obj seu ardente pacifismo e seu
entranhado ódio à violência em que os homens parecem se comprazer.
A relação que Ana estabelece entre o vento e as coisas importantes de
sua vida, a associação entre as "noites de vento, noite dos mortos" e, por fim,
a própria