O tempo e o Vento- o continente
A despeito do tempo e das condições de vida da família, o sonho da moça resiste junto à esperança de dias melhores. Esses fatores dão à Ana Terra a consistência necessária para vencer quaisquer adversidades que porventura se imponham em sua monótona labuta diária.
Num dia de grandes rajadas de vento, Ana Terra encontra ferido em meio a mata o mestiço Pedro Missioneiro. A surpresa da descoberta deixa a moça em êxtase, perdida entre o assombro e o interesse despertado por aquela figura humana que mais parecia uma resposta do mundo, talvez uma solução, acerca da possibilidade de uma vida além dos hectares de terra pertencentes à família.
Com a permissão de Maneco Terra, Pedro Missioneiro passa a morar e trabalhar nas dependências da família, junto aos irmãos e ao pai de Ana Terra, que entre o asco e o desejo, sucumbe ao que parece a primavera de seus instintos carnais.
Meses se vão até Ana Terra sentir fortes contrações no interior de seu ventre. A gravidez da moça, então, leva a família a uma atitude desesperada. Maneco, alegando temer pela honra do nome da família, ordena que os irmão de Ana Terra executem o mestiço. Como a moça se lembrará mais tarde, aquela foi uma noite de grandes, terríveis vendavais.
Ana Terra, sem os cuidados da mãe, que falece subitamente, vê-se desamparada. Decorrido algum tempo, Pedrinho nasce e cresce, mas continua sendo ignorado pelo resto da família. O destino trágico da moça se insinua ainda mais quando repentinamente um bando de saqueadores castelhanos invade as propriedades da família e assassina Maneco, seus filhos homens e alguns servos. Na ocasião, para salvar a vida de Pedrinho e de sua nora, que já a algum