Ana neri
No músculo esquelético (assim como na generalidade dos tecidos corporais), a oxidação metabólica final dos glícidos (sob a forma de monossacáridos) ocorre em anaerobiose (glicólise anaeróbia, Fig.1a) e ou em aerobiose (pelo mecanismo mitocondrial de respiração celular (Fig.1b), sendo este último processo comum para a oxidação final dos constituintes de lípidos (ácidos gordos) e proteínas (aminoácidos). Em alguns tecidos (p. ex., retina, eritrocitos), a via glicolítica é o único processo de obtenção de energia química necessária à sua sobrevivência e funcionalidade.
A glicose é o nutriente privilegiado de todas as células corporais no período pós-prandial, a partir do qual obtêm ATP por oxidação. Exceptuando menos de 2% da glicose metabolizada pela via das fosfopentoses, a quase totalidade é consumida exclusivamente através da glicólise anaeróbia ou, em condições de boa oxigenação, pela glicólise e fosforilação oxidativa. A quantidade de ATP gerada em aerobiose pela oxidação de glícidos, lípidos e proteínas (de origem alimentar ou reservas corporais) é de cerca de 95 % do total (1,2); a fracção energética (ATP) restante provém da oxidação anaeróbia dos monossacáridos (de origem alimentar ou em depósito sob a forma de glicogénio) através da glicólise. Esta via existe em todas as células humanas, tendo como principal vantagem a rapidez (cerca de 2,5 vezes a das oxidações aeróbias) com que extrai a energia química da glicose (e, indirectamente, de outras hexoses e pentoses) na ausência de oxigénio, através da qual são formadas moléculas de ATP. Por via deste atributo, a glicólise é particularmente útil em muitos tecidos, em particular nas situações que requeiram grande rapidez de acção e ou haja limitação crítica de oxigénio tecidual (2-5). É o que sucede, MARTINS E SILVA J.
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p.ex., durante a actividade contráctil, dependente de músculos em que prevalecem as fibras brancas de contracção rápida (6).
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