Amputações na Urgência
RESUMO
Historicamente, o mais antigo dos procedimentos cirúrgicos sempre foi uma escolha de salvamento e aplicável nas situações em que outras opções se faziam menos factíveis. No entanto, no mundo contemporâneo, tem sido cada vez mais revisitado e, acompanhando a evolução e o aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas, vem sendo encarado como mais um procedimento reconstrutivo.
Sabe-se que a principal causa de amputações no mundo ocidental atualmente é decorrente da doença vascular periférica e, nesse grupo, a diabetes mellitus responde por metade dos casos. No entanto, considerando-se apenas os jovens (até 40 anos), o trauma torna-se o principal fator, seguido pela malignidade. Levando-se em consideração que esse grupo é composto pelas pessoas mais ativas e nas fases mais produtivas da vida, depreende-se toda a importância que esse tema merece. A técnica cirúrgica, a reabilitação pós-operatória e o tipo de prótese necessária devem ser cada vez melhores para diminuir os impactos físico, psicológico e social na vida desses indivíduos.
Portanto, enumeramos como objetivos do presente capítulo:
1) Apresentar um breve apanhado histórico sobre a evolução da amputação e seu panorama atual.
2) Apresentar os escores e pontuações mais aplicáveis para a tomada de decisão.
3) Apresentar critérios de indicações absoluta e relativa para a amputação relacionada ao trauma.
4) Descrever princípios técnicos gerais das amputações realizadas em regime de urgência.
5) Descrever a reabilitação e os resultados das amputações.
6) Apresentar as principais complicações relacionadas.
INTRODUÇÃO
A retirada de uma parte do corpo humano irreparavelmente danificada é um dos procedimentos cirúrgicos mais antigos de que se tem conhecimento. Estudos arqueológicos sugerem seu uso desde épocas neolíticas, principalmente após o descobrimento de esqueletos com membros cortados de modo semelhante ao que hoje são os cotos de amputação. A presença de