Ampliação europeia e brasil
João Augusto Baptista*
A partir de 1o de maio de 2004, a União Européia (UE) passará a ser formada por vinte e cinco países, com a entrada de dez novos membros. Dos novos membros do bloco, oito são da Europa Oriental (Estônia, Letônia, Lituânia, República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia, Hungria e Polônia), e dois mediterrâneos, Chipre e Malta. A Europa dos 15 será acrescida de um bloco heterogêneo de países que somará mais 75 milhões de novos consumidores ao maior mercado do mundo. Tais mudanças criarão novas oportunidades e desafios para o comércio e os negócios do Brasil com o Velho Mundo. Como mostra a experiência histórica recente, um novo impulso de desenvolvimento e crescimento econômico deve tomar conta dos países mais pobres que aderirem à UE, como aconteceu com Portugal, Espanha, Irlanda e Grécia. Entre esses países, a Irlanda é o melhor exemplo dos benefícios gerados com a entrada de novos países no bloco. O país cresceu sustentavelmente 10% durante a década de 90 e mais de 11% durante o ano 2000. Vários fatores contribuem para que a área em ampliação da UE tenha uma grande capacidade de crescimento: 1) baixo nível de produtividade industrial; 2) alto índice de capacitação humana; 3) diminuição dos custos de transação; 4) maior estabilidade comercial, política e financeira; e 5) transferência de 44 bilhões de Euros nos próximos 3 anos para investimentos em infra-estrutura. Essas condições são atrativos para investidores do mundo inteiro, principalmente, as grandes indústrias européias. A expectativa é que os novos membros da UE, segundo o relatório do banco suíço UBS, cresçam na próxima década a taxas mínimas de 4,5%. Por conseqüência, o crescimento desses países deve impulsionar as taxas de crescimento de todo o bloco. Esse é um fator de extrema importância para o Brasil, pois impulsionará a demanda européia por importações e possivelmente a demanda por produtos