amos rapoport
INTRODUÇÃO O autor do texto começa o capítulo defendendo que abrigo não é a única e nem mesmo a principal função da casa como a maioria das pessoas acham. A função da casa pode ir desde abrigar pessoas, suas atividades e suas posses à indicar status e reforçar a identidade social dos moradores. As habitações vão muito além de materiais e estruturas, são instituições e fenômenos culturais básicos e para se compreender isso de forma mais clara é necessário sobrepor os fatores socioculturais da Arquitetura a fatores como clima, tecnologia e materiais.
DIFERENCIAÇÃO DO ESPAÇO Os animais são capazes de diferenciar o espaço. Eles marcam suas áreas de aninhamento, de alimento, de namoro, ou seja, são capazes de fazer lugares. Se os animais são assim, pode-se deduzir que os humanos possuam de forma ainda mais aguçada essa capacidade de diferenciar espaços e imagina-se que o tenha feito desde os primeiros tempos. Com a evolução do homem, distinguir e marcar lugares tornou-se cada vez mais importante, dai aparece o papel dos edifícios como forma de codificar os esquemas e os lugares. Existem vários exemplos em diversos lugares do mundo que comprovam essa necessidade. Na Colômbia, em povoados de posseiros, existem regras claras de quem pode entrar no local e até onde, e esses limites são demarcados por mudanças no nível do solo, paredes e até mesmo cortinas. Na Noruega e Suécia, em antigas casas de roça, vê-se uma viga particular no teto que marca o ponto no qual os visitantes devem parar e ser convidados para continuar, até os aborígenes australianos que não possuem muitas construções possuem essa característica de diferenciar lugares, diferenciam no deserto, aparentemente sem marcas, a importância e diferencial de cada lugar e atribui-lhes mitos, promovem rituais e pinturas e gravações sagradas em