Amor Liquido

AMOR LÍQUIDO
Sobre a fragilidade dos laços humanos
Zygmunt Bauman

Amor Líquido faz referencia a era da modernidade em que vivemos. Um mundo repleto de sinais confusos, propenso a mudar de repente e de forma imprevisível.
Como exemplo, uma vez que damos prioridade a relacionamentos em ‘redes’, os quais podem ser tecidos ou desmanchados com igual facilidade, pois não sabemos mais manter laços a longo prazo. A insegurança inspirada por essa condição estimula desejos conflitantes de estreitar esses laços e ao mesmo tempo mantê-los frouxos.
O livro busca a misteriosa fragilidade dos vínculos humanos, o sentimento de insegurança que ela inspira e os desejos conflitantes (estimulados por tal sentimento) de apertar os laços e ao mesmo tempo de mantê-los frouxos, é o que este livro busca esclarecer, registrar e aprender.
O principal herói deste livro é o relacionamento humano, seus personagens são homens e mulheres decepcionados por terem sido abandonados aos seus próprios sentidos e sentimentos facilmente descartados.
O livro é dedicado aos riscos e ansiedades de se viver junto, e separado, em nosso líquido mundo moderno.

CAPÍTULO 1
Apaixonar-se e Desapaixonar-se

O amor e a morte: os dois personagens principais desta historia sem trama nem desfecho.
Amor = Morte. Poucas coisas se parecem tanto com a morte quanto o amor realizado. Cada chegada de um dos dois é sempre única, mas também definitiva, não suportam repetição, não permitem recurso e nem prometem prorrogação. Nem o amor nem a morte pode-se penetrar duas vezes.
O amor -> o amor e a morte não têm historia própria. São eventos que ocorrem no tempo humano – eventos distintos. Assim, não se pode aprender a morrer.
A morte -> no caso da morte, o aprendizado se restringe de fato à experiência de outras pessoas, a experiência alheia não pode ser verdadeiramente como tal. Não há como aprender a ‘fazer certo na próxima oportunidade’ como um evento que jamis