amor liquido
INFINITO ENQUANTO DURE
BAUMAN, Zygmunt. Amor líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2004.
RESUMO
Esta resenha analisa a obra Amor Líquido: sobre a fragilidade dos laços humanos, do sociólogo Zygmunt Bauman. O autor disserta sobre os efeitos do que ele chama de modernidade líquida sobre os relacionamentos humanos procurando demonstrar como o processo de individualização levou a fragilização dos vínculos humanos. A modernidade líquida que não se enraíza, é volátil e não leva em conta a longa duração, afeta os relacionamentos, que se tornaram também líquidos, de pouca duração – infinito enquanto dure.
PALAVRAS CHAVE: ZYGMUNT BAUMAN; RELACIONAMENTOS; AMOR
LÍQUIDO, MODERNIDADE.
Em uma conversa entre Jesus e os seus discípulos sobre o divórcio, o mestre galileu ensinou que é pecado se divorciar da sua mulher. Os discípulos argumentaram que assim era melhor não casar. Jesus contra argumentou que a exigência da castidade é ainda algo mais restrito, coisa para poucos. O ideal cristão de uma união monogâmica, de um sentimento eterno, sempre foi considerado algo inatingível para muitas pessoas, contudo, tornou-se o ideal burguês por excelência. Na modernidade sólida cultivou-se um ideal de relacionamento em que a família monogâmica era idealizada e o amor definido como eterno.
No Brasil o poeta Vínicius de Morais intuiu outro ideal de amor e paixão:
[...]
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Soneto de fidelidade)
O sociólogo Zygmunt Baumann pergunta sobre a influência da modernidade líquida sobre os relacionamentos humanos e disserta sobre a fragilidade dos vínculos humanos, o sentimento de insegurança que ela inspira e os desejos conflitantes (estimulado por tal sentimento) de apertar os laços e ao mesmo tempo mantê-los frouxos. (p.8). A questão de fundo é a possibilidade de relacionamento em um mundo de furiosa