Amor de Perdiçao
Na própria introdução da obra, o autor reproduz o registro da prisão do jovem Simão Botelho na cadeia da Relação do Porto, dando a conhecer antecipadamente o seu desterro para Índia, bem como o desenlace trágico da história, ao mesmo tempo que imagina também as possíveis reações dos leitores a tal desfecho; compaixão, raiva, choro, etc.
CAPÍTULO 1
Começa então o narrador por contar a história do pai de Simão Botelho, Domingos Botelho, juiz de fora em Cascais. Casou em 1779 com D. Rita Preciosa, dama da rainha D. Maria I.
Mudam-se em 1801 para Viseu, na companhia das suas três filhas, ficando os seus dois filhos a estudar em Coimbra. Manuel, o mais velho dos dois, não gostando do caráter violento de seu irmão e do tipo de vida que leva na academia, apesar de ter apenas quinze anos de idade, várias vezes o censura junto de seu pai. Contudo, este não lhe dá muita importância, desculpando-o das suas extravagâncias, sentindo até orgulho pelo espírito valente de seu filho Simão e das suas notas na escola. No entanto, estando este de férias na sua casa em Viseu, meteu-se numa briga em defesa de um criado de seu pai que havia sido espancado junto ao chafariz.
Furioso, o seu pai manda-o prender. No entanto, a sua mãe ajuda-o a fugir para Coimbra e aconselha-o a lá permanecer até a fúria de seu pai se desvanecer.
CAPÍTULO 2
Simão apesar dos meros dezasseis anos de idade, está mais seguro que nunca da sua coragem, começa a defender publicamente os ideais da Revolução Francesa, acabando por se preso durante seis meses no cárcere académico. Perde esse ano letivo e volta para Viseu, onde o seu pai o recebe friamente.
Depois deste incidente, Simão altera completamente o seu comportamento: raramente sai de casa e só o faz na companhia de Rita, a sua irmã mais nova e sua predileta, desprezou as suas antigas companhias e passou a admirar as coisas belas da natureza. Seus pais estão admirados com tais mudanças, desconhecendo as razões