America
Nitidamente a América Latina foi um dos cenários onde destoaram inúmeros conflitos entre os dois sistemas econômicos que no Pós-Segunda Guerra Mundial antagonizaram o mundo. O período que ficou conhecido como Guerra Fria, e que fez eclodir inúmeros conflitos mundo à fora, contribuiu significativamente para a ascensão dos regimes ditatoriais civil-militares na América Latina, a maioria contou veementemente com o apoio “incondicional” norte americano. A historiografia recente lançou mão de vários conceitos para retratar a realidade e as bases do período ditatorial, conceitos como Terror de Estado e Doutrina de Segurança Nacional, mais adiante pensaremos tais conceitos de modo mais detalhado, para demonstrar o que se passou no período de ditadura civil-militar latino-americano. Os países latino-americanos vivenciaram um período de aproximadamente vinte anos (1960-1980) em que o terror substituiu a democracia e os o direitos humanos foram jogados para escanteio. Alguns países latinos, principalmente os do “cone-sul” mantiveram uma relação em que interligaram-se, para que ocorresse uma melhor consolidação do terror de estado (TDE), pautando-se principalmente na influência militar-ideológica norte-americana e na concepção de doutrina de segurança nacional (DSN), baseada na mútua cooperação entre os países, eliminação do inimigo interno, fato que culminava inviabilizando fugas de perseguidos políticos de um país para outro, essa relação de união para o terror consolidou-se com a Operação Condor em 1975. Neste trabalho será dada maior atenção à ditadura uruguaia, considerando suas articulações politicas no cenário externo, principalmente no que se refere as relações com Brasil e Estados Unidos, por mais que volta e meia entraremos em questões pertinentes ao continente em geral.
1. Os ecos da Guerra Fria, as ditaduras civil-militares na América Latina: o caso uruguaio.
Por mais que o conflito mundialmente conhecido por guerra fria pudesse ter tido dimensões