Ambiente
A economia ecológica é uma área de estudo ainda em constituição que, apesar de reconhecida como fundamental para o estudo dos problemas ambientais contemporâneos, encontra dificuldades em se definir e afirmar no campo interdisciplinar onde pretende se inserir. De fato, historicamente a economia veio sofrendo reduções no seu objeto de estudo, eventualmente reduzindo-se ao que era denominado na Grécia antiga de crematística, ou seja, a formação dos preços no mercado3. Tomada desta forma, a economia reduz seu universo de atuação e preocupação aos bens econômicos, ou seja, aos bens úteis e escassos, porém passíveis de serem mercantilizados4. Neste sentido eminentemente restrito e analítico, a economia (ou análise econômica) se preocupa apenas em analisar os impactos econômicos que os recursos naturais – e eventuais limitações naturais e ecológicas – impõem aos processos de produção, distribuição e consumo. Vista da ótica da economia tradicional, a ecologia constitui uma limitação a ser superada pela economia, seja através da eliminação dos entraves à adequada utilização econômica dos recursos naturais, seja através da precificação dos recursos a serem apropriados (ou contabilizados) nos vários processos produtivos. Da ótica da superação dos limites, o próprio mercado impulsionando a tecnologia, deveria ser capaz de gerar novos arranjos institucionais, determinar o uso de novos materiais substitutivos, determinar a restrição (via preço) no uso dos recursos em vias de exaustão, provocar a reciclagem de recursos e dejetos não aproveitados, entre outras dinâmicas próprias dos mercados econômicos. Em suma, os problemas ambientais constituem, nessa ótica, imperfeições de mercado, seja por exclusão, como no caso dos bens livres (ar, água, recursos abundantes, etc), seja por dificuldades metodológicas em quantificação, determinação de propriedade, ou processos similares. Entretanto,