ambiente familiar segundo winnicot

11. O AMBIENTE FAMILIAR SEGUNDO WINNICOTT

Há alguns anos, o psicanalista inglês Donald Woods Winnicott vêm sendo reconhecido como um dos grandes nomes da história da psicanálise. A sua forma muito peculiar de encarar os primórdios do desenvolvimento infantil e a subjetividade humana se deve muito provavelmente ao fato de ser pediatra, a propósito, o primeiro a ser tornar um psicanalista.
Winnicott em nenhum momento deixou de exercer a medicina em prol da psicanálise, e esse fato se irradia em toda a sua obra. Muitas de suas idéias eram inovadoras para a época e contrariavam as teorias tradicionais da psicanálise. Ele conseguiu, por exemplo, observar profundamente o comportamento entre os bebês e suas mães, e assim criar intimidade com o mundo interpessoal da criança. Suas experiências lhe deram a oportunidade de transformar o relacionamento mãe-bebê num paradigma psicanalítico.
Um grande número de pessoas acredita que Winnicott não citou em suas teorias o papel do pai no desenvolvimento da criança, por ter priorizado a influência materna. Essa idéia é muito comum, pois, na verdade, ele fez parte do grupo de psicanalistas que enfatizou o que ficou conhecido como o retorno à mãe, que contrariava assim as idéias tradicionais da psicanálise que ainda se prendiam aos conceitos freudianos, como o do complexo de Èdipo.
Entretanto, da mesma forma que demonstrou um grande interesse pela maternagem, Winnicott se interessou pelo papel do pai no desenvolvimento da criança. Bons pais comuns constroem um lar e mantêm-se juntos, provendo então uma ração básica de cuidados à criança, e mantendo, portanto, um contexto em que cada criança encocontra gradualmente a si mesma seu self e ao mundo, e uma relação operativa entre ela e o mundo. Mas os pais não querem gratidão por isso; eles têm suas recompensas e, em vez de receber agradecimentos, preferem ver seus filhos crescerem e se tornarem eles próprios pais e construtores de lar, diz ele em A criança e a família, palestra BBC