Aluno
1. INTRODUÇÃO
Desde 1969, o brasileiro coleta e analisa dados de Sensoriamento Remoto obtidos por sensores a bordo de aeronaves e/ou de plataformas orbitais, pesquisando, desenvolvendo e aplicando metodologias ao estudo dos recursos naturais do país. Quando o Brasil entrou na era espacial, já havia no mundo muita experiência acumulada a respeito dos ecossistemas temperados. Por essa razão, além de se iniciar em nova tecnologia, os pesquisadores brasileiros tiveram que calibrar as variáveis de nossos ambientes com relação aos produtos obtidos por sensores remotos. Esta tarefa se mostrou especialmente trabalhosa, em vista da biodiversidade e da diversidade de ambientes de um país tropical, com dimensões como as do Brasil. A cada passo adiante da tecnologia, novas calibrações tornamse necessárias para se ter certeza de que as diferenças espectrais registradas pelos sensores remotos são devidas às propriedades dos alvos e não devidas a artefato de coleta ou de interpretação. Assim, registrou-se um longo período de coleta de dados primários nos diversos ecossistemas. Com a experiência acumulada nessas mais de três décadas, hoje é possível confiar nas várias informações obtidas por sensores remotos. Há, contudo, muito que se calibrar, seja porque o conhecimento ainda não se esgotou, seja porque os avanços tecnológicos não tendem a cessar.
O objetivo desse trabalho é reunir o conhecimento acumulado pela autora desde 1981, em um produto capaz de conduzir o leitor ao uso correto e pleno do sensoriamento remoto e do geoprocessamento para medir algumas variáveis ecológicas. Visando alcançar este objetivo, alguns fundamentos serão relembrados, algumas aplicações serão sugeridas, ao mesmo tempo em que se alertará sobre as incongruências que podem ser ditas através do seu uso inadequado. O uso correcto e pleno do sensoriamento remoto passa pelo conhecimento de vários preceitos básicos. Passa também pelo conhecimento de suas limitações e de