aluno
A ideia de Deus no pensamento de St. Agostinho
O amor, segundo Agostinho, é o poder unificador dos elementos místicos e éticos em sua idéia de Deus. Vamos considerar primeiramente sua idéia de amor, antes de examinarmos sua idéia de Deus. Anders Nygren, teólogo sueco que escreveu Ágape e Eros, criticou Agostinho e a teologia cristã, em geral, porque combinaram eros e agape numa síntese. Nygren está certo ao afirmar que esses dois elementos aparecem em Agostinho. Agape é o elemento de amor no sentido neotestamentário do caráter pessoal e compassivo de Deus. Eros representa o anseio das criaturas por Deus enquanto bem supremo, buscando unir-se a ele, para se realizarem eternamente. Agape ressalta quando falamos de Deus descendo ao homem em caritas – prefiro a palavra latina à tão degenerada “caridade” -, humilhando-se em Cristo, em graça e misericórdia, e participando nos humildes para elevá-los.
Eros, por outro lado, vai de baixo para cima; trata-se de um desejo, de uma busca, provocada pelo mais alto, tomada por sua plenitude e abundância. O Logos que se faz carne é agape. Mas toda a carne (toda a realidade natural e histórica) deseja Deus; isso é eros. Em minha Teologia Sistemática demonstrei que não se pode falar de amor para com Deus se eliminarmos eros. Trata-se do amor para com o mais alto poder de ser que existe, no qual nos realizamos.Deus é summa essentia, ser supremo, além de todas as categorias, de todas as coisas temporais e espaciais. Nem mesmo se pode atribuir a ele a categoria da substância. Não se pode falar de essência e exitência, de ser e qualidade, funções e atos como se fossem coisas distintas no ser divino. A teologia negativa encontrada em Dionísio também se vê aqui; ambos dependem de neoplatonismo. Por outro lado, temos o lado positivo. Deus é a unidade de todas as formas; é o princípio de toda beleza. A unidade é a forma da beleza e Deus é a unidade de todas as formas. Todas as