desenvolvimento sustentavel
Traçar o gênese do conceito de desenvolvimento sustentável nos remete necessariamente ao debate social e ambiental dos anos 60 e 70, que despontou primeiramente nos países industrializados do hemisfério norte e generalizou-se no mundo ocidental, criticando a noção de desenvolvimento. Para compreender este embate, que segue até hoje, é importante situar como se formulou a ideia de desenvolvimento que será o alvo da crítica ambientalista.
A crença na ideia de desenvolvimento, compreendido como a possibilidade de progresso e crescimento ilimitado, se constituiu como um dos pilares da sociedade industrial ocidental, particularmente em meados dos anos 40, após a Segunda Guerra Mundial, quando o grande desafio era reconstruir as sociedades afetadas pela guerra e ao mesmo tempo estabelecer uma ordem internacional hegemônica num contexto de grandes disparidades entre as nações centrais, urbanizadas e industrializadas e os países periféricos predominantemente rurais e com baixa industrialização. Desta maneira, liderados pelo Estados Unidos da América (EUA) com apoio da Europa capitalista, os países do chamado “Terceiro Mundo” foram disputados e integrados na esfera de influência do bloco capitalista.
O desenvolvimento foi então identificado com o crescimento econômico, tecnológico, urbano, e a internalização da lógica da acumulação e da produção capitalista em todas as esferas da vida social. Um modo de vida desenvolvido ou “moderno” foi estabelecido como um caminho evolutivo, linear e inevitável a ser trilhado pelas sociedades subdesenvolvidas para a superação da pobreza e do atraso. O paradigma de desenvolvimento a ser alcançado era a sociedade de consumo Norte Americana.
Neste sentido, o desenvolvimento tornou-se um objetivo maior da política de governos e organismos internacionais como a ONU e o Banco Mundial. Por outro lado, o tema do desenvolvimento surgiu nas ciências sociais, como uma área de estudos especialização, nomeadamente