aluno

Introdução

É prazerosa, intrigante e interessante a oportunidade de abordar homens tão ilustres. Parmênides e Heráclito são dois dos filósofos chamados pré-socráticos. Na verdade esta distinção não é tão cronológica e sim “ideológica”, ou melhor, ligada ao “objeto de seus estudos”. Parmênides e Heráclito são dois nomes que não podemos deixar de considerar e estudar profundamente. A base do pensamento ocidental certamente tem muito apoio em seus pensamentos.
Comumente seus pensamentos são declarados opostos. Enquanto para Parmênides o Ser não é gerado, é imóvel, imutável, incorruptível, igual, esferiforme e uno; para Heráclito não há o imutável, tudo flui “não se pode entrar no mesmo rio duas vezes”, pois na segunda vez nem o rio nem você são os mesmos… Entretanto, se prestarmos bastante atenção, notamos algumas afinidades em seus pensamentos. Numa interpretação mais aprofundada dos fragmentos de Heráclito e Parmênides, encontramos um mesmo todo para os dois e esta oposição entre suas visões do todo passa a ser cada vez menor.
Assim não há efetiva oposição entre Heráclito e Parmênides, já que o primeiro fala do cosmo em mudança incessante, ao passo que o segundo se refere ao “ser supracósmico”, o princípio supremo subtraído à mudança, que coincide com o logos de Heráclito.
Outro ponto importante é como ambos vêem o sensível ou os sentidos. Houve um conflito entre a filosofia de Heráclito e a de Parmênides baseado na preocupação com a origem, transformação e desaparecimento dos seres.
Heráclito afirmava que somente a mudança é real e a permanência ilusória, ou seja, o mundo é um fluxo perpétuo onde nada permanece idêntico a si mesmo, mas tudo se transforma no seu contrário.
Parmênides, em contrapartida, afirmava que somente a identidade, a permanência eram reais e a mudança, ilusória; isto é, o devir, o fluxo dos contrários, é a aparência sensível, mera opinião formada por confundirmos a realidade com as nossas sensações,