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A Lei 11.645 e o Ensino Indígena

Até a aprovação da Lei 11.645 em março de 2008, os povos indígenas, a identidade e cultura indígena vivenciaram quase cinco séculos de negligência, de agressão à sua cultura, identidade e memória, de uma negação aos seus direitos e sua diversidade, e até mesmo as suas etnias como construtoras não apenas do povo brasileiro, mas da própria história do país.

Desde as crônicas históricas dos jesuítas nos séculos XVI ao XVIII, os índios, termo genérico utilizado de forma ampla para designar de maneira incorreta e preconceituosa a diversidade de povos e culturas que habitavam estas terras há vários séculos, passou a designar os nativos aqui encontrados pelos portugueses após terem “descoberto” estas terras na memorável data de 22 de abril de 1500. Os índios, chamados também de gentios, bárbaros, selvagens, silvícolas, negros da terra, e uma gama de expressões depreciativas, foram considerados ao longo do período colonial e imperial, homens de intelecto atrasado e inferior, sem fé, sem rei e sem lei. Povos que viviam da barbárie, brigando um com os outros, e até mesmo devorando uns aos outros.

Mas, em meio a esta visão decadente e bárbara, os indígenas, foram escravizados, perseguidos, raptados, massacrados, convertidos, tanto em seus hábitos, costumes, línguas e religiões. As entradas e bandeiras, caçaram índios como se caçam outros animais, principalmente as bandeiras, onde muitos bandeirantes se especializaram em prear índios, termos usado na época para se referir a caça de indígenas para serem escravizados.

E quando chegamos ao período republicano, a partir de 1889, a história dos povos indígenas assim como dos afro-brasileiros morreu. Sim, não se ouve falar de história de índios e negros após 1888. E ao longo de todo o século XX, a imagem que o povo brasileiro têm sobre o índio é a mesma do século XVI, praticamente não mudou nada desde então. Mas, isso veio a mudar, a partir de 1988, com a promulgação da Constituição de

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