Aluno
Ciência Política ǀ 3° Período
MILLS, C. WRIGHT. A Elite do Poder. Rio de Janeiro: Zahar Ed. (1981)
Para Wright Mills nem todos os homens são comuns. Assim ele fornece a linha do seu argumento, baseado na ideia de que os meios de poder são centralizados, e são centralizados porque grupos de elite detêm o comando das principais hierarquias institucionais, por meio das quais tomam decisões de grande alcance.
Essa elite, todavia, não é apresentada como uma entidade oculta, composta de membros isolados do processo social. É uma elite que tem cara e os indivíduos que a compõem conservam pensamentos diferentes a cerca de sua função na estrutura social. Chegam mesmo a não ter consciência do poder que possuem. Poder esse que não se sustenta senão através de três grupos de instituições: as políticas, econômicas e militares.
Esta é basicamente a estrutura de poder descrita por Mills, num cenário em que as atividades se tornam mais centralizadoras, e as instituições secundárias (família, igreja e escola) passam a seguir os rumos determinados pelas esferas de poder principais: o Estado pode exigir o alistamento militar dos membros de uma família, as grandes corporações podem ditar novas normas e exigências para a educação e mesmo as igrejas precisam eventualmente se adaptar às mudanças políticas ou econômicas.
Segundo o autor, a elite não pode ser concebida apenas a partir da tendência histórica de uma época ou simplesmente tomando por base os indivíduos que possuem mais poder ou riqueza. É necessário compreender o jogo de poder que ocorre por detrás desses indivíduos e do pano da história, no nível das instituições.
A elite, para Mills, não é onipotente e única realizadora do projeto da história, mas também não exerce uma função que seja irrelevante. Não representa todas as pessoas, mas também não está concentrada na forma de um grupo isolado e fechado. A elite se expressa através de processos institucionais, com a atuação de