aluno
Escrevi outro dia aqui sobre inflação e juros e levei algumas porradas, especialmente porque não sou economista. O jornalismo é mesmo uma função ingrata. Se não existe, é evidência de que se vive numa ditadura; existindo, leva chapuletada (emprego a grafia do “Grande Dicionário Sacconi; palavra estranhamente ausente nos outros dicionários) de todo lado: dos economistas (sempre), dos advogados (quase sempre), do PT (que quer chamar a polícia), do Caetano Veloso… Mas a gente segue firme, né?, “empobrecendo a teoria” (como acusou um crítico), mas ajudando a garantir a democracia. Então vamos ver.
Os alimentos continuam a pressionar a inflação, como informa reportagem da VEJA Online. Fosse só isso, tudo certo. Mesmo uma economia em deflação, como a do Japão, pode sofrer um choque de oferta — se não de tomate, daquela raiz-forte insuportável que se deve comer junto com outras coisas insuportáveis… Passa. Caso a inflação “tomatística” persista, o jeito é parar de comer tomate. O preço vai cair.
O problema é que a elevação de preços se espalhou em alguns setores da economia. É só o tomate ou a cebola? Não! O índice de 12 meses, em março, chegou a 6,59%, acima, portanto, da banda superior da meta. Nove desses 12 meses referem-se ao ano de 2012, quando o PIB brasileiro cresceu modestíssimos 0,9%. Tem-se, portanto, uma situação indesejável de baixo crescimento com inflação alta. Ou não se tem?
Agora eu volto lá aos economistas. Desafio os especialistas da Casa das Garças (que reúne muita gente boa e intelectualmente honesta), da Casa dos Tucanos, da Casa dos Falcões, da Casa dos Canarinhos a me demonstrar que a receita para baixar a inflação que está aí é a elevação de juros.
Notem bem: eu não estou contestando que