Almah
Apresentação.
Entre as muitas formas de estudarmos a sociedade, uma procura observar como as pessoas agem individual e coletivamente, para se suprirem dos bens que atendam suas necessidades. Esse é o mundo da economia. Nele, a primeira constatação é a de que os bens são sempre insuficientes para atender nossas necessidades. As necessidades humanas são permanentes e os fins que perseguimos dependem sempre de bens que estão fora de nós mesmos. O “eu” e o “nós”, ou seja, o sujeito individual e o coletivo retiram do ambiente os fatores que os tornam íntegros em relação a si mesmos e os impelem para os misteriosos desígnios dos fins humanos. Na medida em que a necessidade é uma constante da condição humana, tudo indica que somos “iguais”. Mas, à medida em que as diferenças biogenéticas, pessoais, grupais, comunitárias e nacionais nos fazem “eus” e “nós” diversamente dotados de bens, passamos a ser “diferentes” em nossas necessidades (e em nossas relações sociais). Esse o crucial problema de nossa época. Crucial, não porque só agora existam diferenças na acumulação de recursos em torno de indivíduos, grupos ou classes sociais (e, em perspectiva mundial, em torno das nações) mas porque nossa época se “conscientizou” (para julgar o jargão em voga) de que a distribuição de bens (e consequentemente de recursos) anda muito injusta para ser aceita com razoável naturalidade. A moderna tecnologia cibernetizada (e portanto automatizada, auto-reprodutora, retroalimentadora, etc) amplia o fosso entre os que tem “muito” e os que tem “muito pouco”. É assim que os recursos vão se acumulando de um lado e a falta de recursos de outro. É preciso agirmos com rapidez, corrigindo excessivas acumulações de recursos e/ou de necessidades. Numa sociedade como a brasileira em que os vergonhosos indicadores sociais não encontram nenhuma justificativa frente ao invejável potencial econômico do País, o fosso entre abastados e miseráveis torna-se ainda